60 frases de escritoras brasileiras que mostram a força feminina nacional

É engraçado que pensando bem não há um verdadeiro lugar para se viver. Tudo é terra dos outros, onde os outros estão contentes.

O mistério do destino humano é que somos fatais, mas temos a liberdade de cumprir ou não o nosso fatal: de nós depende realizarmos o nosso destino fatal.

Com todo perdão da palavra, eu sou um mistério para mim.

Se em um instante se nasce e um instante se morre, um instante é o bastante para vida inteira.

Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.

A gente tem sede de infinito e de permanência, então, esse ser que assegura a permanência das coisas, é que eu chamo de Deus. É o absoluto.

Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.

Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento.

Antigamente o que oprimia o homem era a palavra calvário; hoje é salário.

O que a memória ama, fica eterno. Te amo com a memória, imperecível.

As crianças ricas brincam nos jardins com seus brinquedos prediletos. E as crianças pobres acompanham as mães a pedirem esmolas pelas ruas. Que desigualdades trágicas e que brincadeira do destino.

Fiz a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores.

A vida é igual a um livro. Só depois de ter lido é que sabemos como encerra.

Me esforço para ser melhor a cada dia. Pois bondade também se aprende.

Doer, dói sempre. Só não dói depois de morto. Porque a vida toda é um doer.

Mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros.

A piedade supõe uma condição de superioridade e a gente só pode se compadecer de quem sofre mais do que nós.

Eu sou essa gente que se dói inteira porque não vive só na superfície das coisas.

Já que é preciso aceitar a vida, que seja então corajosamente.

Se o amor na sua doação absoluta os faz mais frágeis, ao mesmo tempo os protege como uma armadura.

A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas da vida.

Teu corpo é canoa em que desço vida abaixo, morte acima procurando o naufrágio me entregando à deriva.

O amor não é louco. Sabe muito bem o que faz, e nunca, nunca, age sem motivo. Loucos somos nós, que insistimos em querer entendê-lo no plano da razão.

Os seres humanos frequentemente dizem uma coisa e pensam outra, fingem ser o que não são, simulam suas intenções.

Te amo ainda que isso te fulmine ou que um soco na minha cara me faça menos osso e mais verdade.

Há sonhos que devem ser ressonhados, projetos que não podem ser esquecidos.

O mar vagueia onduloso sob os meus pensamentos. A memória bravia lança o leme: recordar é preciso.

Viver é afundar-se em cada caminhada.

Quando eu morder a palavra, por favor, não me apressem, quero mascar, rasgar entre os dentes, a pele, os ossos, o tutano do verbo, para assim versejar o âmago das coisas.

A questão do negro, a questão indígena, não são questões para as pessoas que são vítimas resolverem. São para a nação resolver.

Angústia é fala entupida.

As mulheres e as crianças são as primeiras que desistem de afundar navios.

Eu morro e remorro na vida que passa. Eu ouço teus passos. Compasso infernal. Nasci para a vida. De morte vivi, mas tudo se acaba. Silêncio. Morri.

O que nos aconteceu, o que não nos aconteceu têm o mesmo peso no poema.

Quem se lembrou de pôr sobre a mesa essas doces evidências da morte?

Será que o vaga-lume pisca de dor? Se eu pudesse brilhar de dor eu seria um escândalo.

Somos cada vez mais jovens nas fotografias. De trás para frente a memória lê o dia.

Fico pensando quando será que a gente percebe que não vamos dar certo.

O céu guarda a parte viva da pessoa, aquela coisa que não morre nunca, não a saudade, a saudade é amor e é dos vivos, estou falando da coisa viva que fica nos mortos.

Quem não aspira a intensidade de um sentimento que carboniza antes de conhecer a finitude?

O trabalho é por tantas vezes a maior tristeza da vida de uma pessoa e é só nisso que certos pais pensam, no filho crescendo e sendo alguém sendo que esse ser alguém envolve tudo menos Ser.

Os crus dissabores que eu sofro são tantos, são tantos os prantos, que vivo a chorar. É tanta a agonia, tão lenta e sentida, que rouba-me a vida, sem nunca acabar.

O ser humano é um peregrino. É só na aparência que ele tem uma geografia.

De tudo o que mais dói, de quanto é dor que não valem nem prantos, nem gemidos, são afetos imensos, puros, santos, desprezados – ou mal compreendidos.

Desatar os nós que enlaçam atos e motivos. Fazer as coisas por impulso. Por que? Porque às vezes é bom a gente mostrar pra si mesmo quem é que manda aqui.

O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções.

É tanta hipocrisia, tanta gente vazia, tanto assunto inútil, que ando com preguiça de conhecer pessoas.

O amor é uma doença. Eu sinto náuseas, febres, dores musculares. Eu acordo assustada no meio da noite. Eu choro à toa.

Esse trem de morrer de onde ela saiu viva foi a sua vida inteira o que ela foi e é.

Meu avô não gostava de agosto, dizia agosto mês de desgosto. Quando passava dizia "agora não morro mais".

A mulher basicamente é pra ser um conjunto habitacional, tudo igual, tudo rebocado, só muda a cor. Particularmente, sou uma mulher de tijolos à vista.

Então eu tenho vontade de mergulhar para me curar do amor que ainda não tenho e não sentir a saudade que nem existe.

Deixe as palavras dizerem o que querem e não o que queremos que elas digam. Só um pouquinho, por favor.

A experiência da solidão podia levar uma criatura a fazer coisas inesperadas, pouco prováveis, até extremas.

As palavras que não se dizem ao morto queimam na boca para sempre.

O silêncio está preenchido de sons. É como o branco, onde se juntam todas as cores.

Quando eu escrevo em sinto um profundo desejo de que as palavras e as questões que me são caras para viver habitem também o mundo e possam ser compartilhadas e revividas.

Conte para mim sobre como tudo anda difícil e nem a cerveja se paga e nem a escrita se cria. Me conte.

Naqueles anos de romaria vira de tudo no caminho e teve piedade, porque às vezes nem Deus livra o homem de enlouquecer. O demônio é artista. Poucos escapam dos enganos do Satanás.

Talvez suspeite que olhar de fora imprima à vida alheia uma película de completude; a ilusão de que, no outro, cada sentimento tenha sempre o tamanho certo.